Sobre – Beth Tokitaka

Materiais

A jóia tem características físicas e culturais e é a integração do que há de mais nobre na natureza, transformado pelo ser humano superior, que são o artista e o engenheiro. Na cidade, as pessoas estão cercadas de ruído, cimento, concreto e vidro. As minhas joias conservam a energia original dos seus materiais e ao serem usadas, por seu som, sua temperatura, sua forma, suas cores, elas têm o poder de despertar para a consciência de pertencermos ao todo.

Processo de criação

Sintetizo diferentes linguagens indígenas, africanas, indianas sem preocupções científicas. Se há alguma força simbólica está na própria força da forma e os arquétipos que ela atualiza.

O que no início era predominantemente étnico, com os anos se refinou, tornou-se uma nova linguagem, síntese de todas as minhas experiências e influências. Eu aprendi com todas elas. Os arquétipos tribais, símbolos, matéria são trabalhados dentro de uma função estética.

Projeto

Ao desenhar no programa Rhinoceros para criar a base do protótipo produzido na banca, é importante partir de um croqui ou rascunho. Esse trajeto permite que o desenho continue tendo um conteúdo artístico, livre da frieza, do congelamento do computador e também para não ser meramente um agregado de materiais.

Oficina e atelier

No processo de produção, atuo pessoalmente na elaboração das peças. Desenvolvo cada peça desde o principio, passando pelo desenho, a modelagem, os protótipos, até a finalização e as embalagens. Em cada etapa a peça é submetida ao controle de qualidade tanto de acabamento como da integridade dos materiais empregados.

Das artes plásticas à pesquisa, uma vida dedicada à beleza

Beth Tokitaka

Nasci em Londrina, Paraná. Formei-me em Artes Plásticas, Licenciatura Plena, pela Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo, em 1979.

Influências das viagens

Onde há um saber de trabalhar o elemento raro e nobre, o costume do ornamento de corpo, os padrões de desenho, pude aprender muito. Em estudos sobre África, em viagem ao Peru, encontrei muita inspiração. E a Índia foi importante, trouxe- me muita informação, pois eles usam muito joias; lá fotografei um homem num lugar muito pobre, sentado em posição de lótus, completamente imóvel, trabalhando com um maçarico.

Linha do tempo

2004

**Coletiva “Joias A Cor do Brasil”**
Centro de Exposições Transamérica

2003

**Dan Ginza Gallery**
Tokio, Japão

**Coletiva “Joias A Cor do Brasil”**
Centro de Exposições Transamérica

**Arsh Gallery**
Yokohama, Japão

1995

**Atelier Renato Imbroisi**
São Paulo, Brasil

1985

**Individual de joias no MASP**
Museu de Arte de São Paulo

1983

**Galeria Babelidu’s**
São Paulo, Brasil

1982

**Galeria Babelidu’s**
São Paulo, Brasil

1980

**Galeria Monica Filgueiras**
São Paulo, Brasil

“Colocadas por muito tempo em um plano menor na fronteira da escultura e do decorativo, as jóias oscilaram de um pólo ao outro, lutando para conseguir uma linguagem própria e artística. E a pouca informação que chega ao público sobre seus criadores, ainda torna mais difícil uma visão ampla e sem preconceitos sobre uma arte que, afinal, é milenar.”

PIETRO MARIA BARDI